A geometria é a parte da matemática cujo objeto é o estudo do espaço e das figuras que podem ocupá-lo. Está apoiada sobre alguns axiomas, postulados, definições, teoremas e corolários, sendo que essas afirmações e definições são usados para demonstrar a validade de cada teorema.
A geometria permite-nos o uso dos conceitos elementares para  construir outros objetos mais complexos como: pontos especiais, retas  especiais, planos dos mais variados tipos, ângulos, médias, centros de  gravidade de objetos, etc.[1]
A influência da geometria sobre as ciências físicas foi enorme. Como exemplo, quando o astrônomo Kepler  mostrou que as relações entre as velocidades máximas e mínimas dos  planetas, propriedades intrínsecas das órbitas, estavam em razões que  eram harmônicas — relações musicais —, ele afirmou que essa era uma  música que só podia ser percebida com os ouvidos da alma — a mente do  geômetra.
Com a introdução do plano cartesiano,  muitos problemas de outras áreas da matemática, como álgebra, puderam  ser transformados em problemas de geometria, muitas vezes levando a  facilitação das soluções.
A matemática  surgiu de necessidades básicas, em especial da necessidade econômica de  contabilizar diversos tipos de objectos. De forma semelhante, a origem  da geometria (do grego geo =terra + metria= medida, ou seja, "medir terra") está intimamente ligada à necessidade de melhorar o sistema de arrecadação de impostos de áreas rurais, e foram os antigos egípcios que deram os primeiros passos para o desenvolvimento da disciplina.
Todos os anos o rio Nilo extravasava as margens e inundava o seu delta. A boa notícia era a de que as cheias depositavam nos campos de cultivo lamas aluviais ricas em nutrientes,  tornando o delta do Nilo a mais fértil terra lavrável do mundo antigo. A  má notícia consistia em que o rio destruía as marcas físicas de  delimitação entre as possessões de terra. Dessa forma, avidam daí  conflitos entre indivíduos e comunidades sobre o uso dessa terra não  delimitada.
A dimensão desses conflitos pode ser apreciada na repercussão que se encontra no Livro dos Mortos  do Egipto, onde uma pessoa acabada de falecer tem de jurar aos deuses  que não enganou o vizinho, roubando-lhe terra. Era um pecado punível com  ter o coração comido por uma besta horrível chamada o «devorador».  Roubar a terra do vizinho era considerado uma ofensa tão grave como  quebrar um juramento ou assassinar alguém. Sem marcos fronteiriços, os  agricultores e administradores de templos, palácios e demais unidades  produtivas fundadas na agricultura não tinham referência clara do limite  das suas possessões para poderem cultivá-la e pagarem os impostos  devidos na medida da sua extensão aos governantes.
Os antigos faraós resolveram passar a nomear funcionários, os agrimensores,  cuja tarefa era avaliar os prejuízos das cheias e restabelecer as  fronteiras entre as diversas posses. Foi assim que nasceu a geometria.  Estes agrimensores, ou esticadores de corda (assim chamados devido aos instrumentos de medida e cordas entrelaçadas concebidas para marcar ângulos retos), acabaram por aprender a determinar as áreas de lotes de terreno dividindo-os em retângulos e triângulos.
Acredita-se em geral que a origem da geometria se situa no Egipto, o  que é natural, pois, para a construção das pirâmides e outros monumentos  desta civilização, seriam necessários conhecimentos geométricos.  Estudos mais recentes contrariam esta opinião e referem que os egípcios  foram buscar aos babilónios muito do seu saber.
 
 
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